quinta-feira, 7 de janeiro de 2016




A poesia da puta falida
Desmerecida nessa terra de ida
Puta de corpo
Puta de alma
Quando nasceu
Mamãe olhou e falou
“Saiu morena
Da boca pequena
Bonita que só vendo
Mas mulher que é mulher o que quer
Que faça de puta não passa.”
Se criou na vergonha
Dos vencidos
Em desacordo com a conveniência
Em terra de pouca crença
Logo se fez desinocente
Incompleta era se puta não fosse
Ganhou experiência
Até subiu na vida!
Meretriz chegou a ser
De um só da manhã ao anoitecer
Sofreu com a solidão
Não gozou
De nada gostou
Logo a puta percebe
De felicidade a vida não é
Safada de qualquer um
Com gosto voltou a se fazer
Dividiu a infelicidade com a solidão de viver
Um ménage fenomenal deu ali de ser
Mas na tua cama permanece quem lhe apetece
Fodida, infeliz e falida conformou se manter
Uma vez que na tua vida quem manda
É aquela parida da sina marcada
Desde o parimento narrada
Em nada mais que uma puta
Agora libertada.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015





Sou quem Sou nesse mundo do faz de conta


Padeço no limite do fazer
Despaixão por esse
Modo precário de viver
Aguardando na berada
Buscando calma pra sobreviver

Chorando miséria em cada amanhecer
Não me apetece o ter
Nesse buraco malacabado no querer
Não sou

Desencanto ao encontro
A bile sobe a podridão aparece
A sanidade fenece
O cinza prevalece
E de novo a maldade rejuvenesce

Esgotada da frustração
De encarar o parecer
Cansada do privilégio de nascer

O que me afeta é a degradação
Constante, inconsciente preocupante
De uma raça temerária
Centrada no não sentir
Um combinado coletivo
Que atinge o não fingido

Assim findo esses versos desparidos
De uma breve existência
Em terra de poucas preces
Muitas crenças
Quem vos fala é mais uma desgracença 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015



Delírios Verbais (parte 1)



Em que conto perdi meu canto,
Não sei
Desatino no encanto
Por enquanto desencontro
O ponto que não pontuei
Vislumbrando o reconto
Na minha cabeça de encontro
Jamais findarei

O ponto penitente
Não rascunhei
A partida insolente
Não controlei
Tudo que poderia ter sido
Simplesmente rasurei
O sonho ferido
À beira da morte abandonei
Sei que em um canto da vida
Não querendo desencantei



quinta-feira, 26 de novembro de 2015





Nossa existência vil
Marcada pela cadência
De acontecimentos
Que culminam em um futuro condenado

Ao esmo deplorável
De um porvir impalatável        

Com o destino acarretado
Enviesado em caminhos imutáveis
Escritos por uma certeza inviolável

Lamentável é o caminhar
Construído na lida
Sem sentido
Independente do rumo escolhido

O que resta é a indiferença
De mais um transeunte
Que caminha sem a ciência

Da própria insignificância 

segunda-feira, 23 de novembro de 2015


Apenas mais um dia 
após uma breve reflexão sobre o sentir
sinto demasiadamente extasiada com a gama de sensações
logicamente, a que prevalece é a frustração.
Logo noto o erro maior é MEU
a culpada por me deixar cativar 
por qualquer analfabeto sentimental. 
Não, não existe um rosto 
dono de toda essa escabrosa sensação
mas como escrevo do modo que mal me convém 
eis aqui uma breve análise de tudo que penso 
sobre esse grande rascunho do caminho da decepção.




Chega de Emoções Baratas
Sensações Abstratas 



Com toda maldade descarrego
Essa tempestade
E esclareço pra ti
Filho da Puta
Tu não merece essa saudade

Da minha boa vontade abusou
Do meu bom senso até última gota sugou
E as malditas borboletas
Com destreza matou

É o filho mal cuspido de Adão
Com suavidade foi chegando
Permiti que entrasse
E sem perceber silenciou minha razão

Como arma usa a indiferença
Para fazer chacota de tudo que ofereci
Bem mais que meu corpo, boca e mão

Nesse mundo que nada se leva
A ti foi reservado um espaço
Entre eu e a solidão
Mas como ser humano ingrato que é
Fez pouco caso do meu templo, abrigo e coração

Agora te digo
Repito e GRITO
Com toda boa da porra intenção
Que seja feliz
E não encontre o que em mim plantou
Já que mais certo que matou
No lugar apenas restou um lamaçal nodoso
Que impregnou toda minha essência
Contaminou meu puro bem querer
E me fez essa calhorda

Escrevendo com o rancor em ebulição 

quarta-feira, 11 de novembro de 2015





Da pura essência da pureza
Me criei na penitência
Nem mais sofro
Não choro
Apenas sinto
O que me rege é o sentir
Inerente ao meu ser
Encontro a inocência do sonhar
O outro não me desperta
O brilho do amar
Quiçá um dia
O encontro em qualquer esquina
Qualquer bar
Enfim em algum inimaginado lugar

Por hora caminho
Faço meu trilhar
Na esperança de me completar
Com mais sentir
Mais me amar
E assim me preparar
Soltar meu canto

E a quem convêm encantar


quarta-feira, 4 de novembro de 2015


Eis aqui minha impressão do mais recente livro que li, desculpe o ceticismo no ser humano e tudo que o envolve, mas meu momento é de duvidar da pureza inerente dessa espécie.



A sugestão da vida fácil
Denota ignorância
Quem alcança perde quem foi
Para se parir um vencedor
A essência tem que morrer
Quem perde derrotado
Passa a ser

Na conquista o sacrifício é presente
Narrando a ilíada de mais um sobrevivente
Tudo que amamos aos poucos nos mata
Constrói um nódulo ingrato
Na alma do sonhador
Que se entrega a ilusão do esplendor
De vencer o próprio ego

É a vida no cerne mais puro da ilusão
Ditando as regras do jogo da sofreguidão
Não palpável, interminável
A busca constante do triunfo
Sobreviver é uma cadência de acontecimentos
Perpetuando o estigma
Da fantasia que vira a percepção
Que é obrigatório o lucro em cada ocasião

Sentimentos
Quando muito o respeito
Ao abatido no caminho
Ele não é inimigo
Sim o fraco selecionado naturalmente
Em um ponto principiamos a vida
Depois de muita luta vemos a caída

Somos o rascunho da incompletude estrutural
Miseráveis lutadores
Temperados com sal carnal 


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